O lado sombrio do arco-íris – Pink Floyd e o Mágico de Oz, coincidência ou teoria maluca?

Você já deve ter ouvido falar dessa história meio lisérgica chamada The Dark Side of the Rainbow. Se não ouviu, provavelmente estava ocupado demais tentando entender o final de Donnie Darko, mas não se preocupe, o conceito aqui é igualmente confuso, só que com menos coelhos sinistros e mais tijolos amarelos.

Resumindo, estamos falando do fenômeno em que o clássico álbum The Dark Side of the Moon, do Pink Floyd, se encaixa assustadoramente bem com o filme O Mágico de Oz, aquele de 1939, com a jovem Dorothy, os sapatinhos vermelhos e um furacão que já mostrava que o clima em Kansas nunca foi para amadores.

Segundo os conspiradores de plantão, basta dar play no álbum exatamente no momento em que o leão da MGM dá o terceiro rugido e pronto: você vai achar que os ingleses do Pink Floyd compuseram um disco inteiro só para embalar a busca da Dorothy por um cérebro, um coração e uma pitada de coragem. E olha, considerando que estamos falando de uma banda que gravou o som de um homem correndo em círculos e relógios enlouquecidos, não parece tão absurdo assim, né?

Só que aqui entra o detalhe que desmonta toda a mística: o próprio Pink Floyd garante que isso é pura coincidência. Mas, sejamos honestos, o que seria do entretenimento humano se a gente aceitasse respostas simples? Já dizia a teoria dos Illuminati: coincidência é coisa para os fracos.

O mais curioso é que ninguém sabe ao certo de onde veio essa maluquice. Lá em 1994, enquanto a internet ainda era movida a sons de modem discado, fãs começaram a comentar no Usenet sobre as sincronias bizarras entre o álbum e o filme. E o mais brilhante dessa história? Ninguém faz ideia de quem teve a epifania inicial. Ou seja, alguém, em algum momento, achou que seria uma boa ideia assistir a um musical dos anos 30 ouvindo rock progressivo psicodélico. E, milagrosamente, funcionou.

Se a gente for analisar friamente, o sincronismo é tentador. Temos avião sonoro quando Dorothy olha para o céu, temos sino da música Time quando a bruxa chega de bicicleta, temos batida de portão e o início perfeito da mesma música. E claro, a icônica estrada de tijolos amarelos iluminada ao som da caixa registradora de Money, porque nada mais justo do que começar a parte colorida do filme com um lembrete capitalista.

Agora, entre nós, há um limite tênue entre genialidade e o ócio criativo de quem junta dois clássicos só para ver no que dá. Mas o fato é: The Dark Side of the Moon vendeu mais de 50 milhões de cópias, O Mágico de Oz é um marco do cinema e juntos, viraram uma espécie de terapia musical para quem gosta de encontrar mensagens ocultas até na lista de supermercado.

Coincidência ou não, a combinação existe, gera boas teorias, rende pauta para discussões infinitas em mesas de bar e, de quebra, faz você olhar para o espantalho dançando ao som de Brain Damage e pensar que talvez o lunático esteja mesmo na sua cabeça.

E no fim, pouco importa se isso tudo foi planejado ou um feliz acidente. Assim como a Dorothy, seguimos todos tentando voltar para casa, enquanto a vida toca um rock psicodélico no fundo e o mundo continua colorido, confuso e cheio de gente jurando que tudo faz parte de um grande plano.

 

Jackson Santos

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