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Bem-vindos ao teatro do absurdo futebolístico
Ah, a Conmebol! Sempre nos surpreendendo. Quando você pensa que já viu de tudo – de gramados impraticáveis a VARs que parecem operados por torcedores rivais – eis que surge mais um capítulo digno de Kafka no futebol sul-americano. Desta vez, com um toque de glamour internacional: Novak Djokovic, sim, o tenista, entrou triunfante com a taça da Libertadores antes da final entre Botafogo e Atlético-MG.
Você deve estar se perguntando: “O que Djokovic tem a ver com futebol, Libertadores, ou até mesmo com o conceito básico de lógica?” Não se preocupe, essa também foi a minha primeira reação. Logo depois veio a gargalhada, seguida por um profundo sentimento de vergonha alheia. Porque, no final, nada grita mais “Conmebol” do que transformar um momento histórico em uma espécie de reality show bizarro.
A cena: quando o ícone está na arquibancada e o intruso no gramado
Imagine a expectativa da torcida botafoguense ao saber que Jairzinho, um dos maiores ícones do futebol brasileiro e ídolo eterno do clube, estaria presente na final da Libertadores para carregar a taça. Um momento raro, já que homenagens em vida são tão frequentes quanto neve no Saara. Do outro lado, Diego Tardelli, também uma lenda local, representaria o Atlético-MG. Tudo estava armado para ser um espetáculo emocionante… até que a Conmebol resolveu inovar.
Em um ato de pura genialidade (ironia ativada), decidiram que era melhor esconder Jairzinho e Tardelli num pré-show que ninguém viu e colocar Djokovic, o rei das quadras, carregando o troféu. A lógica? Talvez algo como: “Ei, ele já ganhou muitos troféus; por que não deixa ele segurar mais um?”. A reação do público? Um misto de confusão, desinteresse e uma leve sensação de estar assistindo a uma pegadinha mal editada.
Uma homenagem que ninguém viu
Pobre Jairzinho. O homem que humilhou defesas inteiras nas Copas do Mundo foi reduzido a uma homenagem apressada, feita antes do estádio estar cheio. Era para ser o seu momento de glória, mas acabou se tornando um espetáculo invisível, eclipsado por um sérvio que provavelmente estava pensando: “O que exatamente eu estou fazendo aqui?”.
E o que dizer de Tardelli? Imagine o constrangimento de ser deslocado de um momento de protagonismo para os bastidores porque, aparentemente, a Conmebol achou mais interessante importar um ícone esportivo de outra modalidade. Nem Freud explica esse fetiche organizacional por decisões tão desconectadas da realidade.
Quando a Conmebol supera a si mesma
Se há algo que a Conmebol faz com maestria, é criar narrativas que desafiam a lógica. Talvez eles tenham se inspirado em roteiros de filmes experimentais, onde tudo é propositalmente sem sentido. Mas, na prática, o que vimos foi mais um episódio de desprezo pela história e pelos personagens que fazem o futebol sul-americano ser o que é.
Djokovic não tem culpa, claro. Ele estava lá, sendo simpático e aceitando o convite como um bom diplomata esportivo. Mas o problema não é o tenista; é a mensagem por trás da escolha. A ideia de que glamour internacional é mais relevante que respeitar a história e os torcedores.
A taça da vergonha
O mais irônico de tudo isso é que, mesmo com suas decisões absurdas, a Conmebol consegue unir torcedores de todos os lados – na indignação. Porque, ao final do dia, todos nós queremos o mesmo: um pouco de respeito pelas figuras que construíram o esporte que amamos.
Então, obrigada, Conmebol, por mais essa pérola. Vocês continuam sendo o VAR emocional das nossas vidas: sempre nos deixando com uma mistura de risadas e desespero. E se Jairzinho ainda não recebeu uma homenagem digna, nós, torcedores, seguiremos carregando a taça simbólica da memória e da gratidão. Porque, no final, somos nós quem realmente entendemos o significado da palavra ídolo.
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