Imagine só. Você está assistindo a uma série, olhos vidrados, coração na boca. A trilha sonora aumenta, o clima esquenta, a tensão cresce. E então… pausa. Surge o personagem suspeito. Mas algo nele chama mais atenção do que o olhar misterioso ou o sorriso forçado. Ele está usando… um Samsung.
Pronto. Nem precisa esperar o último episódio. O veredito está dado, o vilão foi desmascarado antes mesmo de cometer o primeiro crime. E tudo graças ao seu smartphone.
Pode parecer loucura, mas juro que não sou eu quem está dizendo. A teoria viralizou de novo nas redes com a nova temporada de Ginny e Georgia e o remake da novela Vale Tudo. E não, não estamos falando de roteiro, atuação ou pistas escondidas. Estamos falando de marcas de celular. Sim, meus caros, virou quase ciência de investigação pop: quem usa iPhone é do bem. Quem não usa… cuidado.
Segundo um antigo depoimento do diretor Rian Johnson, lá de Entre Facas e Segredos, a Apple permite que sua marca apareça nas telonas e telinhas, mas com uma condição sutil e poderosa. Nada de vilões com maçã no bolso. Se o personagem tiver alma duvidosa, melhor ele atender no Motorola, no Samsung ou mandar uma mensagem por sinal de fumaça. iPhone? Só para quem tem coração puro ou, no mínimo, bom crédito emocional com o público.
Agora pense nas possibilidades. O mocinho saca o iPhone do bolso com elegância, a câmera brilha em 4K, o Face ID reconhece até o brilho nos olhos apaixonados. Já o vilão… ah, ele retira um aparelho suspeito, genérico, talvez até com uma capinha lascada. E você, do sofá, já se sente um detetive. Nem precisa da trilha sonora sombria. É o celular que entrega.
O curioso é que, mesmo sem confirmação oficial, esse padrão virou quase uma regra silenciosa. Como se o celular se tornasse o novo chapéu preto dos faroestes. E convenhamos, a Apple pode até não ter dito nada diretamente, mas deixou o recado nas entrelinhas com toda a elegância de quem escreve contratos com tipografia refinada e margem dupla.
Só que aí bate aquela dúvida cruel. E na vida real, como é? Quem usa Android pode respirar tranquilo ou já está na lista de vilania silenciosa do bairro? Será que aquele colega de trabalho que insiste em mandar áudios de dois minutos pelo WhatsApp está apenas mal-intencionado tecnologicamente… ou está tramando algo mais?
Brincadeiras à parte, essa história é a prova de que os pequenos detalhes contam muito nas narrativas — sejam elas de ficção ou da nossa rotina diária. O celular virou extensão do personagem, símbolo de status e agora, veja só, termômetro de caráter. E se você, leitor, estiver lendo isso pelo celular, dê uma olhadinha no seu modelo. Pode ser que ele diga mais sobre você do que sua bio no Instagram.
No fim das contas, talvez o que mais assuste não seja o fato de vilões evitarem iPhones, mas sim que a gente já aceite isso como normal. Porque no fundo, todo mundo ama uma boa história com mocinhos, bandidos… e contratos de imagem.
Crônica por Jackson Santos.
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