Estamos tristes e choramos, por quê?

“Lágrimas de Crocodilo e Outras Verdades Aquosas”

Ah, o choro. Essa fascinante expressão de fragilidade humana que, convenhamos, começa com bebês gritando por comida e continua com adultos reclamando do preço da gasolina. Se você já chorou porque a vida é dura ou porque não sabia como dobrar aquele lençol de elástico — parabéns, você é genuinamente humano. E, acredite, a ciência tem algo a dizer sobre isso.

Agora, permita-me fazer um pequeno drama (porque aqui estamos falando de choro, certo?). Você já reparou que, quando está triste, desce aquela lágrima solitária como se fosse uma atriz de novela mexicana, escorrendo lentamente pela sua bochecha? E aí vem o ápice do espetáculo: o soluço trêmulo, seguido de um suspiro dramático. Ninguém te dá um Oscar, mas você sabe que merecia.

Pois bem, a ciência, esse ser sério e metódico que adora estragar as metáforas poéticas, explica que as lágrimas emocionais não são só água salgada com um toque de melancolia. Elas carregam hormônios do estresse, como cortisol, e liberam endorfinas, o que significa que chorar é o equivalente biológico de apertar o botão “reset” na sua torradeira emocional. É tipo o corpo dizendo: “Já sofreu o suficiente por hoje, vamos reiniciar o sistema.”

E aqui está a parte interessante: chorar não é só sobre tristeza. Tem gente que chora de raiva, de alegria ou porque acabou a última fatia de pizza. (Não vou julgar, já estive lá.) A ironia é que, por mais que lágrimas sejam sinal de fraqueza para uns, elas também são uma demonstração de força para outros. Um paradoxo líquido, se me permite a licença poética.

Mas aqui vai minha opinião sincera: às vezes, chorar é um grito de socorro embutido num pacote silencioso e molhado. É o equivalente emocional de usar uma plaquinha escrita “Preciso de um abraço (ou de chocolate)”. E, cá entre nós, não é um mecanismo brilhante? Você alivia a pressão interna, limpa a alma e ainda, com sorte, recebe um lenço amassado ou um ombro amigo de brinde.

Agora, não me venha com papo de “Eu nunca choro”. A menos que você seja um robô (e até os robôs têm seus “bleep-bloops” emocionais), todo mundo precisa de uma boa chorada de vez em quando. Seja por um final de série devastador ou porque a vida, meu caro leitor, é uma sucessão de plot twists mal roteirizados.

No fim das contas, chorar é muito mais do que apenas “estar triste”. É um ato de humanidade, uma ferramenta biológica e, talvez, a melhor desculpa para sair correndo do meio de uma reunião chata. Então, da próxima vez que lágrimas começarem a rolar, lembre-se: você não está desmoronando; está apenas recalibrando sua máquina emocional.

E quem sabe, lá no fundo, você também esteja lembrando o mundo que ainda tem coração. Mesmo que ele chore de vez em quando.

Jackson Santos

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