Não se assuste, leitor. A crônica de hoje não é um roteiro do The Walking Dead, mas talvez seja um prelúdio da sua próxima janta. Sim, você mesmo. Aquele que torce o nariz para brócolis, mas toma whey protein com gosto. Pois bem: senta que lá vem grilo.
O grilo… esse pequeno saltitante que você sempre associou à solidão de uma madrugada ou, no máximo, à versão acústica de um silêncio constrangedor. Pois agora, ele quer mais. Quer um lugar no seu prato. E não vem sozinho. Traz consigo proteínas, ferro, vitamina B12 e um leve sabor de “me recuso a aceitar que isso é comida”.
É curioso como nossa moral alimentar tem seus caprichos. O camarão, por exemplo, é um crustáceo de aparência duvidosa e comportamento aquático suspeito, basicamente, uma barata que sabe nadar, mas está nos cardápios mais chiques da cidade. Agora, o grilo, coitado, só porque salta e tem antena, é taxado de nojento. Injustiça nutricional, talvez?
Mas veja: nos Estados Unidos, onde hambúrguer é café da manhã e refrigerante é água, já existe snack com “farinha de grilo”. E não é piada! Está na prateleira ao lado da batata com sabor de bacon vegano. E o melhor: eles moem o bichinho, misturam na farinha e voilà, ninguém nem percebe. Igual aquele namoro que você insiste em manter só pra não dar satisfação no Natal.
A questão, caro leitor, é que estamos engolindo muita coisa indigesta por aí, política, opinião sem embasamento, celebridade ensinando finanças, mas tremer na base por um grilo que realmente tem valor nutricional? Isso sim é falta de consistência.
Talvez o segredo esteja justamente aí: moer o grilo. Transformar em pó o que nos incomoda. Porque grilo inteiro ninguém encara, mas em forma de farinha com sabor de cheddar, tudo parece gourmet.
No fundo, a gente já come tanta coisa que não presta… Vai que agora, com o grilo, pelo menos a gente ganha músculos.
Então, se um dia você ouvir aquele cri-cri perto da cozinha, não se preocupe: talvez não seja um inseto querendo entrar, mas um novo ingrediente querendo te salvar da anemia.
Ou, no mínimo, te deixar com uma consciência mais fit.
Curiosamente, apesar da leitura não ser sua atividade de lazer preferida, Jackson encontra grande prazer na escrita desde a adolescência, onde explorava diferentes formas de expressão literária e musical. Além de escritor, é compositor e foi cantor da banda de rock "Legendários da Nação", experiência que influenciou sua paixão pela música e criatividade artística.
Jackson acredita que "Somente você pode aprofundar em sua própria história. Às vezes, um livro pode ajudar. Mas o caminho principal, não pode ser substituído por nada."
- Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba – Castelo Infinito — a guerra que não cabe em um castelo - Setembro 21, 2025
- O Pinguim que Queria Ser Primeiro-Ministro - Setembro 21, 2025
- iPhone 17: o celular mais fino que sua paciência - Setembro 21, 2025
