Conclave, Nostradamus e o Papa de 45 anos – Uma Ironia Divinamente Organizada

Deny Campos/Imagem

Lendo sobre a morte do nosso querido papa Francisco, confesso que fui tomado por uma mistura estranha de luto e… entretenimento. Não me entenda mal — não estou aqui para zombar da morte de um líder espiritual que guiou milhões com humildade e ternura, mas sim para comentar sobre a sequência quase cinematográfica que se desenrola após sua partida. Porque, veja bem, se a vida é uma peça divina, os roteiristas do Vaticano estão caprichando no enredo.

Tudo começou quando me deparei com uma profecia de Nostradamus — sim, aquele francês que tem um talento especial para deixar o mundo em suspense a cada par de séculos. Segundo o oráculo das previsões vagas, com a morte de um papa idoso, seria eleito um romano de boa idade, que enfraqueceria seu assento mas permaneceria ativo por um bom tempo. Até aí, nada que uma almofada ortopédica não resolva.

Mas calma… tem mais! Nostradamus, que nunca perde a chance de dar um toque dramático às suas visões, acrescenta que “um jovem de pele escura, com a ajuda do grande rei, entregará a bolsa a outro de cor vermelha.” Pode parecer o enredo de um desfile de moda litúrgico ou uma cena deletada de O Código Da Vinci, mas a coisa fica séria — ou melhor, interessante — quando damos de cara com um nome real: Mykola Bychok.

Aos 45 anos, esse jovem cardeal ucraniano, nomeado por Francisco em 2024, entra na narrativa com a precisão de um ator premiado. Missionário na Rússia, superior de mosteiro na Ucrânia, bispo na Austrália — com esse currículo, já podemos dizer que ele tem mais carimbos no passaporte do que um mochileiro digital. E como se não bastasse, ele ainda foi proclamado cardeal no ano passado, o que o torna o membro mais jovem do Colégio de Cardeais. Coincidência? Diria que é mais um ovo de páscoa no grande roteiro celeste.

Antes que os leitores mais atentos apontem: não, Mykola não é negro — como diz a profecia — mas sejamos justos… ele é o que mais chega perto de encaixar nesse quebra-cabeça profético. Jovem, de origem oriental, vindo de uma região marcada por guerras, portador de um discurso de paz e esperança. Não dá para ignorar: ele é, até agora, o personagem que mais se encaixa nesse papel escrito há séculos.

E como todo bom enredo precisa de um empurrãozinho audiovisual, é claro que “Conclave”, o filme indicado ao Oscar, voltou aos cinemas justamente agora, como quem diz: “Você piscou? Perdeu a profecia em 4K.” A trama do longa é assustadoramente parecida com a realidade: intrigas, sucessões e a escolha de um novo papa envolto em debates e mistérios. A vida imita a arte? Ou Nostradamus hackeou Hollywood?

E o que dizer da frase “entregará a bolsa a outro de cor vermelha”? Não sei você, mas isso me lembra a batina escarlate dos cardeais. Ou talvez a bolsa do Vaticano, que — convenhamos — não é exatamente vazia. Quem sabe o “grande rei” não seja uma alusão simbólica ao próprio poder espiritual do falecido Francisco? Ou a uma força política mais terrena… talvez o velho jogo de xadrez entre fé e poder esteja em nova rodada.

O certo é que, entre profecias, filmes e realidade, somos todos espectadores de um espetáculo que mistura fé, misticismo, diplomacia e uma pitada generosa de ironia histórica. Porque, convenhamos, o Vaticano sempre teve talento para o drama — e desta vez, com direito a trilha sonora, luz baixa e fumaça branca no final.

Se Nostradamus tivesse Netflix, teria assinado o roteiro.
Se o Vaticano tivesse um canal de streaming, Conclave seria minissérie.
E se a profecia for mesmo verdade… bem, sugiro que guardemos um lugar especial no coração (e na história) para Mykola Bychok. Vai que o futuro papa é ucraniano, jovem, e já tem prática em pastorear almas pelos quatro cantos do mundo.

Por enquanto, seguimos assistindo a esse misto de luto e expectativa com o respeito que se deve a quem parte… e a curiosidade que se tem por quem chega.

Crônica escrita por Jackson Santos 

Jackson Santos

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