Os tempos modernos! Aquela era gloriosa em que a criatividade parece ter sido trancada em um castelo, jogaram a chave fora e agora vivemos de remakes, reboots e sequências que ninguém pediu. Eis que, em 2025, surge mais uma reinvenção de um clássico: Branca de Neve, versão live-action, para provar que a Disney não consegue ver um filme antigo sem pensar: “E se a gente fizesse de novo, pior?”.
A protagonista dessa vez é Rachel Zegler, e a temida Rainha Má ficou por conta de Gal Gadot. Sim, a própria Mulher-Maravilha agora quer ser a mais bela do reino, porque nem ela aguenta mais salvar o mundo e decidiu investir na vilania. Agora, vamos ao que interessa: esse filme é um encanto ou um feitiço que deu errado?
Se na versão original Branca de Neve era uma donzela indefesa que precisava ser salva, desta vez temos uma jovem independente, cheia de atitude, que não precisa de príncipe. O que é ótimo! Afinal, depender de um cara que só te conhece desacordada nunca foi um bom plano.
Por outro lado, temos a Rainha Má, interpretada por Gal Gadot, que está tão deslumbrante que fica difícil acreditar que esse espelho mágico ousou sugerir que alguém fosse mais bonita que ela. O espelho claramente precisa de um update. E, sinceramente, quem assiste ao filme pode até começar a torcer por ela. Afinal, se a Disney insiste em refazer seus clássicos, nada mais justo do que reescrever essa história para dar a vitória à vilã — pelo menos ela tem um bom regime de cuidados com a pele.
Agora, prepare-se para um choque: os “sete anões” foram substituídos por criaturas mágicas. Sim, isso mesmo. Porque, em algum momento, alguém na Disney achou que sete pequenos trabalhadores da mina não eram mais relevantes. E cá entre nós, talvez eles só tenham se aposentado e ido viver em uma cabana de luxo na floresta. Ou quem sabe entraram com um processo trabalhista contra a Disney por anos de exploração e decidiram viver de royalties.
O filme tenta manter a essência do conto original, mas com ajustes modernos. Algumas pessoas adoraram a nova abordagem, enquanto outras tiveram ataques de nostalgia e decretaram que a infância foi arruinada pela milésima vez. A história agora reforça que a verdadeira beleza vem de dentro, o que, ironicamente, sempre foi a moral do conto original. Só que, desta vez, isso vem embalado em um discurso mais direto, como se precisassem desenhar para o público.
A mensagem é importante, claro. Mas não deixa de ser curioso que a Disney, a mesma empresa que passou décadas convencendo gerações inteiras de que a beleza física é tudo, agora tenta vender um discurso contrário. Parece um daqueles ex-namorados que mudam de opinião só para te contrariar.
No fim das contas, Branca de Neve (2025) é um filme visualmente bonito, com boas atuações e uma tentativa de modernização que divide opiniões. Para alguns, é uma reinvenção necessária. Para outros, é mais uma prova de que a Disney deveria tirar um cochilo de cem anos antes de mexer em outro clássico.
Em minha opinião, se você, como eu, não é fã de clichês, vai achar essa nova abordagem modernizada bem interessante. Mas, se gosta de nostalgia temperada com mudanças radicais, vai se divertir. Agora, se odeia remakes, já pode preparar o discurso inflamado contra Hollywood. E caso você seja um dos sete anões cortados da história, espero sinceramente que tenha recebido uma indenização justa — ou, no mínimo, um novo emprego no mundo dos contos de fadas.
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