Ah, o amor! Essa coisa linda, esse terremoto sentimental que faz corações dispararem, estômagos revirarem e carteiras esvaziarem. Dizem que é o mais nobre dos sentimentos, o combustível das grandes histórias, o elo entre almas gêmeas. Mas sejamos francos: o amor é basicamente uma armadilha sofisticada disfarçada de poesia.
No começo, tudo são flores (e boletos de jantares caros). O olhar brilha, o sorriso é automático e você acredita que encontrou alguém que finalmente compreende suas piadas ruins e seu gosto musical questionável. A vida vira um musical da Disney, só que sem os animais falantes (a não ser que seu parceiro ronque, aí temos uma exceção). Os dias são envoltos numa névoa cor-de-rosa, onde até os defeitos do outro parecem meras excentricidades encantadoras. “Ele rosnou para o garçom? Que homem firme!” ou “Ela tem um ciúme excessivo? Isso só significa que me ama muito!”.
E então… o tempo passa.
O amor entra numa nova fase, a da “realidade crua”. O perfume antes viciante começa a cheirar apenas a sabonete barato. As mensagens longas e apaixonadas se transformam em “blz” ou “tá bom”. Aquela mania fofa do outro (tipo mastigar alto ou interromper suas frases) se torna um teste de paciência nível monge budista. A rotina instala-se como um parente distante que veio para o fim de semana e decidiu morar na sua casa. O que antes era “meu bem, dorme bem” vira “não esquece de tirar o lixo”.
Então chega a tragédia. O término.
E não importa se foi pacífico, doloroso, dramático ou se houve um barraco digno de novela mexicana, a verdade é que a separação tem estágios bem definidos: primeiro a negação (“a gente só precisa de um tempo!”), depois a raiva (“que tempo o quê? essa pessoa nunca me mereceu!”), seguida da tristeza (“por que Deus, por quê?” enquanto abraça um pote de sorvete), e, finalmente, a superação.
A superação! Esse momento glorioso onde você descobre que não precisava de ninguém para ser feliz! Que a vida é bela e que você está muito melhor sem aquela pessoa que, sinceramente, nunca entendeu o seu amor por filmes ruins de ação dos anos 80.
Eis que, quando você está finalmente pleno, vivendo sua melhor fase, o destino, esse brincalhão cruel, coloca outra pessoa no seu caminho. O coração bate forte. Você sorri involuntariamente. Lá vem outra conta de restaurante caro. Mas quem se importa? Desta vez será diferente! Afinal, o amor é uma armadilha… mas a gente sempre cai nela de novo.
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