Imagine só: você, um estudante suado e confuso, encara aquele retângulo colorido na parede do laboratório de química. “Ali está a ordem do universo”, diz o professor, como se a Tabela Periódica fosse a versão científica dos Dez Mandamentos. Mas será que ela é tão definitiva quanto parece?
Na superfície, a tabela parece estar em paz consigo mesma. Todos os quadradinhos preenchidos, as cores organizadas em tons pastéis, como uma paleta de artista meticulosamente escolhida. Tudo tão… acabado. Mas eis a pegadinha: os cientistas não param de cutucar as bordas da tabela, como crianças entediadas mexendo num Lego que já deveria estar montado.
O Filme de Mendeleev: Versão Remake
Lá no longínquo 1869, Dmitri Mendeleev lançou a “Tabela Periódica: A Original”. Ele era o Quentin Tarantino da química, deixando lacunas no roteiro para surpreender a audiência no futuro. “Esses espaços aqui? Não são buracos, são spoilers!” dizia ele, enquanto apontava para os elementos ainda não descobertos. E o pior? Ele estava certo. Os químicos do século XX encontraram esses elementos como se fossem Easter eggs num videogame antigo.
Mas agora, com todos os quadrados aparentemente ocupados, os cientistas resolveram fazer o que Hollywood faz melhor: um remake desnecessário. “Que tal criarmos elementos novos?”, sugerem, enquanto jogam bilhões de dólares em aceleradores de partículas para colidir átomos com a mesma energia de um motoboy atrasado. Os resultados? Elementos como o Ununóctio (118), que vive por 0,00000089 segundos antes de desaparecer, deixando apenas uma mensagem: “Estou aqui só para aumentar seu trabalho”.
Um Musical de Química
A tabela periódica hoje é como um musical da Broadway. O elenco principal (hidrogênio, oxigênio, carbono) sempre será o queridinho da audiência. O lítio e o cobalto têm seus solos na tecnologia. E, lá no fundo, os elementos transurânicos (os coadjuvantes instáveis) entram em cena, fazem uma performance caótica e desaparecem antes que alguém possa aplaudir.
Os cientistas, claro, adoram essa bagunça. Cada novo elemento é uma chance de ganhar manchetes como “Cientistas Descobrem Elemento 120: Ele Vive Menos Que Seu Relacionamento Tóxico”.
A Pergunta Que Não Cala
Agora, caro leitor, surge a questão filosófica: a tabela periódica precisa estar completa? Ou será que a ideia de completude é apenas uma ilusão que nos conforta, como acreditar que dá para sair de um buffet self-service sem repetir o prato?
Os elementos novos são tão instáveis que nem chegam a existir de verdade no mundo físico. São fantasmas atômicos, criados em laboratórios e logo absorvidos pelo abismo da irrelevância. Será que vale a pena continuar essa busca insana? Ou deveríamos aceitar que a tabela já fez o bastante pelo seu legado?
Em minha opinião tabela periódica é como uma série de TV que deveria ter terminado na terceira temporada. Os clássicos estão todos lá: o ouro, o carbono, o ferro. Agora estamos apenas alongando a trama com personagens que mal aparecem e não têm nenhum desenvolvimento significativo.
Então, meus parabéns, cientistas, por manterem a ciência viva e emocionante, mas eu vou seguir respeitando os elementos clássicos que sustentam minha vida cotidiana. Quanto aos novos, bem… Eles podem continuar existindo por 0,00000089 segundos no canto do laboratório. Afinal, quem precisa de estabilidade quando podemos ter o drama da instabilidade atômica?
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