Animais de Estimação: Companheiros ou Marketing Peludo?

 Animais de Estimação: Heróis ou Apenas Bons Atores?

Ah, os animais de estimação! Esses fofuchos que dominam nossas casas, nossos corações e até, quem diria, nossas carteiras. Afinal, quem resiste àquele olhar pidão do cachorro ou ao ronronar estratégico do gato, que aparece bem na hora em que você está tentando comer em paz? Mas será que essas criaturinhas peludas são realmente a cura milagrosa para nossos males emocionais e físicos ou estamos projetando neles um diploma de terapeutas que eles nunca pediram?

Vamos começar com a ciência, aquela amiga inconveniente que adora jogar um balde de água fria nos nossos sonhos. É inegável que um pet pode ser uma ótima companhia, especialmente quando o crush te dá um bolo ou quando você descobre que a pizza chegou fria. E há até estudos mostrando que interagir com um animalzinho pode reduzir o estresse, aumentar a empatia e melhorar o funcionamento executivo (basicamente, te ajudar a lembrar onde deixou as chaves).

Mas espera aí: será que isso é regra ou exceção? Porque, veja bem, ninguém quer falar dos dias em que o cachorro mastigou seus tênis caros ou o gato decidiu que seu tapete era o novo banheiro oficial da casa. Nessas horas, a “cura para a solidão” vira mais um motivo para um colapso nervoso.

E vamos falar sobre a tal felicidade que um pet traz. Durante a pandemia, todo mundo dizia que quem tinha um animal de estimação estava melhor emocionalmente. Foi lindo de ver nas redes sociais: gente abraçando o cachorro como se ele fosse a última linha de defesa contra o apocalipse. Só que os estudos vieram para dizer: “Calma, meu povo. Nem todo mundo que tem um pet é mais feliz que quem não tem.” Pois é, parece que o gato do vizinho não é tão mágico assim.

Agora, não me entendam mal. Eu adoro os bichinhos. Quem não gosta de um confidente que nunca vai te julgar por repetir o mesmo episódio de uma série pela décima vez? Mas, honestamente, será que não estamos colocando expectativa demais sobre essas criaturas? Porque tem gente que trata o pet como se ele fosse um Dalai Lama peludo, a solução para todos os problemas existenciais.

E, claro, há também a questão de escolher o pet certo. Isso é quase tão complexo quanto escolher um parceiro de vida. Quer dizer, não adianta pegar um border collie cheio de energia se você não aguenta correr nem para pegar o ônibus. Da mesma forma, adotar um gato independente e depois reclamar que ele não liga para você é como entrar em um relacionamento com alguém que deixou claro desde o início que prefere espaço.

No fim das contas, ter um animal de estimação é uma relação de troca. Você dá ração, carinho e tempo, e eles te dão… bem, uma boa dose de fofura e, ocasionalmente, uns gastos veterinários inesperados. Se isso te faz feliz, ótimo. Só não espere que o gato vá pagar sua terapia ou que o cachorro vá fazer o imposto de renda para você. Eles já têm trabalho demais tentando entender por que diabos a gente fica falando com eles em vozes esquisitas.

Jackson Santos

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