Chegou o dia que ninguém do heavy metal queria encarar, mas que todo mundo sabia que viria, assim como aquele boleto esquecido ou o café frio na mesa do escritório. Ozzy Osbourne, o eterno príncipe das trevas, resolveu, enfim, encostar o microfone e declarar que o rock pesado pode continuar, mas ele vai acompanhar mais de perto… sentado e, quem sabe, com um chá nas mãos.
Aos 76 anos e depois de sobreviver a quase tudo que um ser humano e um roqueiro podem enfrentar, incluindo morcegos, palcos, escândalos e o mal de Parkinson, Ozzy fez sua última apresentação no sábado, no Reino Unido, com um evento que parecia mais reunião da ONU do metal do que um simples show.
O palco estava tão cheio de lendas do rock que dava para confundir com fila de meet & greet. Metallica, Pantera, Alice in Chains, Smashing Pumpkins, Ghost e, claro, o glorioso Black Sabbath estavam todos lá, batendo cartão e reverenciando o homem que ajudou a transformar o barulho em arte.
Ozzy posou para as fotos, sorriu, brincou e, como sempre, mostrou que a aposentadoria de um ícone do rock não pode ser discreta. Tem que ser com guitarras distorcidas, vocal gritado e uma lista interminável de participações que faria qualquer festival parecer pequeno.
E o evento fez jus ao nome Back to the Beginning. Afinal, foi em Birmingham que tudo começou, quando jovens cabeludos e sonhadores, em vez de procurar empregos formais, decidiram montar uma banda chamada Black Sabbath e redefinir o significado de “música para assustar os pais”.
A noite teve Slash, Duff McKagan, Tom Morello, Zakk Wylde, Fred Durst e até o misterioso Papa V, do Ghost. Tudo embalado por solos de guitarra, agudos quase sobrenaturais e aquele clima típico de fim de era, onde todo mundo finge que está tranquilo, mas, no fundo, sabe que está ficando velho.
Mas não se engane, Ozzy pode ter pendurado o microfone, mas ele já desafiou a lógica antes. Sobreviveu a décadas de excessos e ainda brincou com morcegos no palco. A aposentadoria oficial chegou, mas em se tratando de rockstars, nunca se sabe se é o fim mesmo ou só um “até logo” com um riff de guitarra de fundo.
E o melhor: todo o lucro do show será revertido para caridade. Porque se é para sair de cena, que seja fazendo história, barulho e ainda ajudando o próximo.
Ozzy sai dos palcos, mas fica o eco dos amplificadores, das guitarras e das incontáveis histórias de uma das figuras mais autênticas da música. A aposentadoria veio, mas as lendas… essas não se aposentam.
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