Ah, o verão! Aquela estação mágica onde todos se sentem empolgados, ansiosos e prontos para esquecer que o calor nunca foi, de fato, convidado. Prepare-se para enfrentar não só a verdade sobre o clima quente, mas também as complexidades científicas dessa época maravilhosa do ano. Porque sim, quem não ama um bom calorão, certo?
A primeira mentira que nos contam desde pequenos é sobre o início do verão. Como se a estação começasse com o solstício de verão, dia 21 de junho no hemisfério norte, ou 22 de dezembro no hemisfério sul. Sério? Como se o termômetro esperasse pacientemente o momento exato em que o sol atingiria a posição perfeita para nos entregar aquela sensação de forno a lenha. Spoiler: o calor não respeita calendários astronômicos. Na realidade, o verão já começou muito antes da data marcada. A Terra é malandra e já começou a esquentar as turbinas semanas antes, só para nos deixar ainda mais preparados para o tormento de um mês de calor extremo.
Mas vamos falar de ciência, porque você está aqui para aprender, não é mesmo? O verão astronômico é aquele conceito que ninguém entende, mas todos fingem que sabem o que é. De acordo com a posição da Terra em relação ao Sol, o verão “começa” no tal solstício. O que ninguém te conta é que, enquanto o verão começa “astronomicamente” em uma data específica, ele já se arrasta por semanas, sentando na sua cadeira de praia e ocupando espaço. Só que ele não tem data de término. Isso mesmo, o verão é aquele tipo de amigo inconveniente que aparece na sua festa sem ser convidado e fica até o último minuto.
Agora, prepare-se para a grande revelação: o verão climático, esse sim, é definido de maneira mais “administrativa”, quase como um expediente de trabalho. Junho, julho e agosto no hemisfério norte; dezembro, janeiro e fevereiro no hemisfério sul. Tudo organizado pelo maravilhoso Programa de Medição de Radiação Atmosférica (que também deve passar suas férias assistindo ao seu sofrimento debaixo de um sol escaldante). O que acontece é que, nesses três meses, as temperaturas são mais altas, porque a Terra é maliciosa e decide aquecer as regiões onde a população tem mais “tempo livre” e capacidade de ser afetada pela mudança climática. Coincidência? Eu acho que não.
A questão de “receber mais luz solar” também é um clássico. As regiões mais próximas do equador recebem um presente especial da Terra: uma abundância de luz solar. Ah, a vida perto do equador deve ser uma festa. O Pólo Norte, no entanto, é a versão congelada de uma fila de supermercado. O sol chega, mas apenas de raspão. Reflexão do gelo? Claro. Como se o planeta tivesse decidido jogar toda a luz solar para longe, como uma criança que não quer dividir o brinquedo.
Em algum momento, alguém da ciência inventou o conceito de equinócio. Bem-vindo ao maravilhoso evento onde o dia e a noite duram praticamente o mesmo tempo. É o momento exato em que todos os humanos ficam perplexos, observando a luz que parece querer dar tchau para o dia mais longo, como quem acena com a mão para uma festa que está começando a acabar. Os equinócios (essa palavra de cinco sílabas que parece algo de uma série de ficção científica) acontecem para mostrar que o mundo ainda sabe ser razoável, já que o sol e a noite resolvem ter uma pausa democrática de equilíbrio, enquanto a gente ainda está tentando se acostumar com o calor do verão.
Então, da próxima vez que você escutar alguém falar que o verão começa “oficialmente” no tal solstício de verão, apenas sorria. Sabe por quê? Porque esse conceito é tão real quanto o “trabalhar menos e aproveitar mais”. O verão, meus caros, começa quando o termômetro decide que é hora de ter uma crise de identidade e subir sem parar, e termina quando a primavera aparece para dar aquele toque de frescor e organização à bagunça do clima.
Em minha humilde opinião, o verão é apenas uma piada de mal gosto que a natureza resolveu nos contar, mas sabemos que, por mais que reclamemos, ele é o evento climático mais democrático. Todos participamos do drama, seja no Brasil ou na Europa, seja no solstício ou no equinócio. E no fim, quando tudo estiver suado, derretendo e você estiver tentando se refrescar com uma água de coco, lembre-se: o verão está apenas começando – e não, ele não vai embora até que você tenha certeza de que já superou tudo.
Porque, no fundo, o verão é a temporada do ano em que a gente finge que ama o calor enquanto, no fundo, estamos todos rezando para que chegue logo o inverno.
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